sábado, 16 de janeiro de 2010

No auge dos campos (IV)

…à cidade
chegam homens em manadas
- diárias –
como nuvens fora da jaula
no rasto de um sol cobarde
que os anjos protegem
nos braços do senhor!

Tem nas faces gravados
sinais camponeses
da cor do centeio
que se desfolha com as mãos afiadas,
em epidermes de uma fome,
pobre,
saliente nas areias
de um racismo voraz…

suam medos
-disfarçam-nos
na sede de serem
algo mais que a idade
de uma ruga…
as avenidas espantam
os virgens namorados
com mascaras de cinismo
e maldades ou crimes
com que se desnudam
da vergonha
do orgulho…

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