sábado, 7 de agosto de 2010

Se...

Se amanhã me escusar
e num arrabalde de vontade
selar a vida e voar
correr o tempo e a idade,
ou apenas sonhar...
... felicidade.

Se for sério e for leal
e o coração não ultrajar
chegarei certo ao final
com o olhar a abarrotar
pelo riso num arraial...
... assossegar.

Se depois de tudo e tanto
alguma mágoa me ferir
vou ser forte e ter encanto
dar luta e sangrar, colorir
ser rugido e não ser santo...
... carpir.


Se for e não voltar
tenha azar ou tenha sorte
vou tentar aguentar
por demais a minha morte
isto tudo, apesar...
... passaporte.


Se amanhã não for melhor
e por muita dor que seja
não desisto, não senhor
todo o grito que mal veja
brado alto o meu furor...
... inveja.

Se tiver de ser incerteza
e alguns dias sem viver,
deixai-nos a gentileza
de em nós poder escolher
os olhos da nossa beleza
... amanhecer.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Cortejar o teu amor

As horas não passam
ou não as sinto,
não há partidas
nem tempo,
a emoção seduz
o que a paixão pensa,
o pescador corteja o mar
sem algum apelo da vida,
as imagens gelam
o que a distância lambe
de amor…

-Não há sol
mas em mim,
o teu corpo arde!

Voo abstracto

Sigo gaivotas de azul,
em voos sonantes
de espuma veloz
…e todo o corpo voa
em rotas do acaso,
definidas nas nervuras
da água,
ou na brisa marinha.

…viajo no abstracto angular,
em redor dos espaços neutros,
onde o sentir é mais real!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Solta a vida

Larga o medo
vence o silêncio
corre com o vento
e deixa-te levar.
Solta a vida
abraça o sonho
dá-me o teu tempo
entrelaça os dedos
no meu amor
e vamos lutar!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Foi por ela...

Foi por ela que matei irmãos
e por ela roubei a luz ao dia,
foi por ela que tudo fiz
e assim será até ao fim de mim…
Ela ficará vivaça dos maus tratos de ontem,
e os tiros que dei para o ar
foi por ela, que em cravos gritaram
corados como o sangue
que por ela fez a vida correr,
ou em prisões de dor, torturadas.
Foi por ela que me afeiçoei
e só a ela visto as mãos
com risos na memória, vitória!
Foi por ela, quase a mais bela de todas
a estrondosa mulher amante
de todas as mulheres e homens de vontades
sem algemas nem grades,
-LIBERDADE.
Foi por ela,
que em nós povo
Abril se fez sol…foi por ela
e só por ela…

Gumes de amor

Fogem das mãos os dedos,
depois o gesto
e o que sobra é silêncio,
o gume da luz sombreado
nas horas com os olhos em bicos de pés,
enquanto nos limites da língua
as aves sem músculos
sangram sonhos e momentos de dor,
adiando ardores, flamegando vícios
no tecto dos dias idos,
com a cor do amanhecer
pesando o lugar morto da luz
em jazigos de demora
que afinal, só eu sei assim…
E dizer que te amo por inteiro
é pouco para quem não sabe amar…

domingo, 6 de junho de 2010

Lugar do meu espaço

Havia gaivotas
onde perto era mar,
corriam nos penhascos
meninos de vento e areia,
de braços no ar abertos
vinham na voz
de quem partiu
ficam em segredo
sorrisos e risos
que mais ninguém viu.

A história das águas
ouvi-a contar
na piela de um velho
que de quando em vez
à praia vem chorar
o que a ausência
vai bebendo do lugar.

Dormi nos galhos da rocha
onde as ondas não me chegavam ao sono,
ouvi os passos das aves
descerem pela praia
até à noite,
pelas manhã me encantei bebê-los
com o olhar,
são meninos de vento
que sinto velejar pelo corpo,
num lugar de espanto
em bocejos de sonho.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Poema d'amor no dilúvio da espera

O mundo dorme,
com ele
a minha lira,
descansam melodias meigas
no entoar do silêncio
desta longa espera.

Recolho uma lágrima
despedaçada no olhar
em fragmentos de dor
que o sentir oculta no rosto…

O mundo dorme,
a noite é longa…
Sei-o!
e a escuridão esmaga
com garras de solidão
os meus gestos sem sono!

Lanço-me na volúpia do luar
e invado o vazio da noite
com as tuas formas de encanto
que na memória se agitam…
entre ternos desejos
e a vasta ausência,
ardem sentimentos
exaustos de te esperar…

São óbolos reais carrascos
que a distância da vida,
erguem altos muros
onde os meus olhos embriagados,
consentem lágrimas!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Em mim, poesia!

Dentro de mim, poesia!
Divagam palavras
unem-se em frases certas
e reflectem o sentir real
de um momento único
que me invade.

Dentro de mim, poesia!
Surgem ideias virgens,
na pele volátil
do exclusivo existir
que moro!
…deito-me no papel,
e ardem no vazio inerte
todo o sentido do olhar
que se eleva em fumo branco!

Dentro de mim, poesia!
Desliza no fluxo da vida,
o extracto poético da alma,
que por seivas de sangue
se rasga em versos…

O fulgor do pensar
escorre continuo
pelo limiar do instante,
sobre raízes do corpo,
até à cinza dos ossos
que a morte dissolve,
na claridade dum sorriso!

Venho da alma

Venho dos refúgios da carne,
imóvel no longínquo dos dias
onde os mares cavam rios,
que se abrem em sulcos
até ao acordar dos céus,
nos ninhos inconfessos
de eximias gaivotas,
em cardumes sem garganta…

Venho da vertente dum poema
escrito por meninos de sede,
na distância do meu corpo!

Corri os mares
E os vastos oceanos,
…corri os eflúvios do corpo,
descem à memória
e se debruçam calados
em sombras que se afogam
…deslizei do olhar
por brumas obliquas
onde os homens choram
os crimes dos homens…

Venho d além longe,
da margem…
um ponto fixo
na distância dos séculos
e perto da alma!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Não te crei, Senhor?!

Dei o meu corpo
ás tuas raízes…
Senhor
e também dei a alma
que te entrego fiel!
…doei-te o meu existir
nu a teu olhos
abro os braços febris,
abro o peito ao fogo que me habita,
e o sentir dilata-se
cresce, nos fios do teu lar
ou nas contracções dum sol
escorrendo sem rumo,
na vertente da face
onde separo a vida
…onde a fé é um eco
deste mundo em sangue…
Não te creio, Senhor!
…e sei que morro!
sabem as veias,
o acordar diurno das fogueira
…e sobe a solidão
na penumbra nocturna
cavada em restos de luar…
Não me sinto profeta!
Não o sou, sei-o!
não possuo no ventre
o ritual dos sábios
ou as encéfalos sem pele
dos mensageiros do céu!
…mas não te creio, não!
Senhor
agora os homens cantam,
e canto com eles
entoações cinzentas duma espera inútil
ao câmbio do tempo!
…Não! Não te creio!
suprimo à mente
a imagem do teu templo
recolho da razão íntima
todo o cepticismo,
que a certeza decifra
na própria incerteza!
Creio no irreal
no vazio indefinido do absurdo…
Na paz!
Busco-a no meu espaço,
mas não a tua paz
onde os deuses se enlaçam
e se abandona o real!
Senhor!
sim creio na paz
na que oculto no útero
com o fulgor bravio
do silêncio que invento,
lanço à tua silhueta
o meu discreto desafio!
Não, Senhor Deus
não te creio…
Contudo
invoco-te confuso
da certeza do teu existir!
desconheço-te!
…sabes o meu nome
…eu sei a distância
pelo tempo fora…

terça-feira, 13 de abril de 2010

Olhei-te

Olhei-te do cimo de mim
para o creme da tua vida
cansada de horas descontentes.

Olhei o outro lado do sonho
pelos vidros da bisbilhotice
e o zelo foi-se dos ossos
no fundilhos do desvario...

Olhei-te na hesitação dúbia
pelo lado irrequieto do sentimento,
sôfrego nas meias-horas de uma metade
e esperei pelo anoitecer para te comer,
tu e o meu bolo de chocolate

…com o creme da tua vida
olhado do cimo de mim!

sábado, 10 de abril de 2010

Sentir apenas

Sentir o verve quente que nos une,
o abraço solto e férreo que nos enlaça,
a matilha de emoções que nos grassa
e no fim achar o doce encanto do desejo
que para lá das palavras e dos gestos
para além das emoções e dos sentidos,
nos dá vontade de estar outra vez…

Sentir que o encanto se deslumbra
e que todas as palavras que se calam
ficam no âmago do coração,
e sentir que se a vida fosse de outra forma
… minha querida quantas formas te diria
daquilo que não te disse…

Sentir que o sentimento também se cala,
e que no ímpeto do calor, os corpos vibram
e no fim, sentir que sou teu e tu és minha,
entre silêncios que se vestem
com o sentir que temos calados e ocultos,
nas palavras que não dizemos…

Deitei o diabo

Deitei-me com a ira do sono
em tarimbas de exaltação no pensamento,
fingi que dormia com o vento
e fui roubar as noivas do luar
aos píncaros do silêncio envolvente
onde os corpos sonham ausentes,
ladrilhados de brados brancos
pelo linho das manhãs
onde o diabo dormia
vertiginosos minutos mouros
de um destino que a galopes vivia
o âmbar dos queixumes,
nesta forma de ser
no ventre das evidências…

domingo, 4 de abril de 2010

Deixei assim

Da boca deixei cair beijos
Serenamente calados,
Tristemente silêncios
Como todos aqueles beijos bons
Que se dão só para nós.

Da alma deixei tombar os olhos
Porque no caminho os perdi,
E na estranheza do sentir
Vegetei ao sangue maduro
O sangue que tanto vivi.

Do corpo deixei trucidado
O espírito, e o senso sem vestes
Deixei o âmago, e a utopia
Versejei a mentira, a cor
E corri atrás de um temporal
Que afinal não tinha fim.

Do resto deixei o gesto
Suspenso nas hipérboles mais loucas
Das loucas simetrias que a vida tem,
Deixei o riso e a palavra, o silêncio
E o que de melhor sonho
Tem o sonho além…

terça-feira, 30 de março de 2010

Hoje

Hoje urdi-te enganando-me,
fui metade de mim em ti por inteiro,
senti-me mal e numa áspide de emoções
vocirei-me e transbordei da alma
o que pior me veste e cala...
hoje não fui teu amigo,
nem meu porventura,
fui amante do malvado
e desculpa a inépcia
mas há dias em que sou assim!

terça-feira, 23 de março de 2010

Choro, apenas porque sou emotivamente fraco

Choro o destino que não tiveste
e o desejo que te li,
foi assim um dia
e ainda assim somos…

Choro o que não me deste
e choro o que tanto te quero dar,
na vergonha de chorar confesso
deixo que as trevas adormeçam
e choro uma daninha emoção
com o teu rosto do tamanho dos olhos,
e o meu destino não te esquece
quando em surdina te navego
sem cansar o acaso de sermos assim.

Por isso choro singelos silêncios
de algumas tristezas, enfim
mas também choro o teu nome
sempre que me lembro de ti,
meu amor

O meu espaço é imenso

Na brancura do papel
deixo tombadas as palavras
que seguram o asfalto
com queixumes de dor,
que fluem das mãos
por caudais inumanos
de pupilas pobres,
por mim
toldadas de cansaço…

O meu espaço é imenso
não tem margens…
- com gritos acesos
açoito o destino
como o despertar
do esquecimento,
de um jovem trovador!

Aqui se perdem palavras
…perderam-se no peito,
esquecidas na melopeia
das frases pobres
que sigo com as mãos
até que os lábios adormeçam!...

quarta-feira, 3 de março de 2010

Soltam-se palavras

Momentos que a vida empresta
nas asas seguras de um sonho
soltam-se palavras
na emoção contida
silêncios que tudo contam,
pedaços solidificados
cristais na imensidão da emoção
olhares cúmplices
em instantes
tatuados no mais profundo do peito…
Fragmentos amplos
num céu comum
meu e teu
num abraço estrelado
constelação no equinócio do destino
na morada esculpida nas páginas de um livro.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Sonhei ser lágrima

Esculpi em mim
numa só camada de dor,
a lágrima que sonhei ser,
na terra fértil,
dum só rio único
descendo na intimidade
da raiz que cresce.

Improvisei os contornos
com traços de cimento,
à distância dum tempo
concedo a existência
ao inconcreto real
daquilo que sou!
…e todo o corpo liquido
são ossos da língua
que o sonho sustenta
em ruínas de asfalto
…onde o sangue chora
submerso no vazio diário!...

E sou fragor de mim
nas horas que se perdem,
em rios de Outono
como murmúrios amargos
na ausência da razão…

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Apresentação do nosso livro-Convite




"Nuances.....de Um Silêncio a Dois"

evento irá realizar-se no dia 20 de Fevereiro próximo, e conta com o apoio da Câmara Municipal do Alenquer.


Esta apresentação está inserida na Feira do Livro a decorrer no Fórum Romeira em Alenquer, local onde será realizado o evento.

A organização do evento estará a cargo da editora que contará com alguns momentos musicais e com as crianças presentes, irão ser desenvolvidas actividades pedagógicas por animadoras socioculturais, que estarão sob orientação de Cátia Costa.

Gostaríamos de poder contar com a Vossa presença.

Partilhamos convosco partes do prefácio escrito pelo Prof. Arlindo Mota

PREFÁCIO

Ana coelho e José Antunes: entre nuances, sonhos e cumplicidades



Ana Coelho e José Antunes, são dois autores com uma envolvente e genuína pulsão pela poesia. Na escrita e nos gestos, que de gestos também se constrói a poesia. Buscam com paixão e rigor o segredo das palavras, que renovam sem cessar. Parcimoniosos na utilização de metáforas, optam claramente por não assentar na metrificação clássica, salvo uma ou outra incursão, num ou noutro poema.

Conhecedores da herança lírica portuguesa, não se confinam ao formalismo e abordam a linguagem com criatividade, onde os temas do amor estão abundantemente presentes, mas também o psicológico e o social (sem cair no realismo) não são esquecidos e isso revela-se ao longo de todo do livro. A sua poesia, seguindo a moderna estética, constitui a verdade de um mundo sentido por uma subjectividade; o que ela diz é um mundo para o homem, um mundo visto de dentro, mundo singular e inimitável a que só o sentimento dará acesso.

Falei até agora dos autores como se fossem apenas um: eles de alguma forma a isso nos conduzem, porque se apresentam juntos, face a se face, porque o livro constitui para eles a sagração dessa comunhão. Mas, em boa verdade, se muitos traços os identificam, outros os distinguem. Ana Coelho navega mais suavemente nas palavras, é, de algum modo, o lado assumidamente feminino do livro; José Antunes, de escrita comedida, apresenta mais arestas na leitura e na interpretação da sua simbologia. Comum aos dois, a contenção vocabular e arredia da adjectivação excessiva, que torna a sua poesia rigorosa e límpida, dotada de uma invejável coerência interna.

O livro, por sua opção, apresenta-se dividido em cinco capítulos: “Momentos”; “Trincheiras de Sonho”; “Distâncias”; “Lampejos”; “Cumplicidades”.



Janeiro de 2010

Arlindo Mota*

ARLINDO PATO MOTA* é licenciado em Filosofia e em Direito, Mestre em Ciência Política, investigador Universitário, Escritor e poeta.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ventanias amantes

Duas ventanias no chão
a brincar um luar
com a sua expressão
Ah! esse riso garoto
tão fácil de amar
... e a noite noivada de desejos
suspirou por ela.

Duas ventanias no capim
a fazerem ventinhos
chilreiam em mim
- são rosas, são carinhos
que colho da sua indiferença

...Ò linda,
que pena tenho eu de em ti
não amanhecer,
logo eu, linda
que sou doido por te olhar!...

domingo, 31 de janeiro de 2010

Meretizes

Andam pálidas pelas ruas
as almas das meretrizes,
vão nuas, as vergonhas suas
apedrejadas pelas vielas
sofrem no tecto do mundo
e à noite choram às luas
saudades varinas e horas lindas.

Sobre os brados da memória
correm sonhos em clave de sóis sós
sustidos com a força de dó...
andam sombras perdidas dos passos
são mulheres, outras meninas,
e todas são ninguém...
... um ninguém que magoa
ao sentir-se assim, entre silêncios
e esquecimentos,
como andarilhos velhacos
de todo o pensamento.

sábado, 16 de janeiro de 2010

No auge dos campos (IV)

…à cidade
chegam homens em manadas
- diárias –
como nuvens fora da jaula
no rasto de um sol cobarde
que os anjos protegem
nos braços do senhor!

Tem nas faces gravados
sinais camponeses
da cor do centeio
que se desfolha com as mãos afiadas,
em epidermes de uma fome,
pobre,
saliente nas areias
de um racismo voraz…

suam medos
-disfarçam-nos
na sede de serem
algo mais que a idade
de uma ruga…
as avenidas espantam
os virgens namorados
com mascaras de cinismo
e maldades ou crimes
com que se desnudam
da vergonha
do orgulho…

No auge dos campos (III)

Partem
sem brilho nem velas,
mastros arreados no convéns
de um olhar preso de azul…
…oram
e temerosos dos céus
malfadarem os destinos,
agradecem
a quanta ingratidão
a terra lhes deu.

No auge dos campos (II)

junto ao tempo
os mais débeis
vêem-nos partir
impotentes para a aventura
de uma migração última,
aguardam esquecidos
até que os sonâmbulos
se trucidam e morram!
Para trás,
o silêncio crispado
na boca de um petiz,
que grita baixinho
no aceno de uma mulher que chora…

No auge dos campos (I)

Em voos lentos
as sombras nostálgicas,
animais açoitam flores sós,
o Outono teme o frio
e os campos murcham
tornam-se amargos
os músculos,
cansados de serem apenas
o esgar de uma magra colheita,
que a dó
ceifam com foices a idade.
…os homens ignoram
as sementeiras,
abandonam as trincheiras míseras
e partem no pólen
de um momento de sorte,
nos confins da fatídica cidade
recheada de aliciantes
que só brilham quando os
homens cegam…

…tinham na carne
Uma bússola selvagem.
Nos planaltos estendem-se
Rosas-dos-ventos
Em lençóis de lágrimas,
No pranto de uma despedida…
- o adeus de uma flor
Que foi amante dos mimos seus…
…mãe de um rebento seu também!