terça-feira, 30 de março de 2010

Hoje

Hoje urdi-te enganando-me,
fui metade de mim em ti por inteiro,
senti-me mal e numa áspide de emoções
vocirei-me e transbordei da alma
o que pior me veste e cala...
hoje não fui teu amigo,
nem meu porventura,
fui amante do malvado
e desculpa a inépcia
mas há dias em que sou assim!

terça-feira, 23 de março de 2010

Choro, apenas porque sou emotivamente fraco

Choro o destino que não tiveste
e o desejo que te li,
foi assim um dia
e ainda assim somos…

Choro o que não me deste
e choro o que tanto te quero dar,
na vergonha de chorar confesso
deixo que as trevas adormeçam
e choro uma daninha emoção
com o teu rosto do tamanho dos olhos,
e o meu destino não te esquece
quando em surdina te navego
sem cansar o acaso de sermos assim.

Por isso choro singelos silêncios
de algumas tristezas, enfim
mas também choro o teu nome
sempre que me lembro de ti,
meu amor

O meu espaço é imenso

Na brancura do papel
deixo tombadas as palavras
que seguram o asfalto
com queixumes de dor,
que fluem das mãos
por caudais inumanos
de pupilas pobres,
por mim
toldadas de cansaço…

O meu espaço é imenso
não tem margens…
- com gritos acesos
açoito o destino
como o despertar
do esquecimento,
de um jovem trovador!

Aqui se perdem palavras
…perderam-se no peito,
esquecidas na melopeia
das frases pobres
que sigo com as mãos
até que os lábios adormeçam!...

quarta-feira, 3 de março de 2010

Soltam-se palavras

Momentos que a vida empresta
nas asas seguras de um sonho
soltam-se palavras
na emoção contida
silêncios que tudo contam,
pedaços solidificados
cristais na imensidão da emoção
olhares cúmplices
em instantes
tatuados no mais profundo do peito…
Fragmentos amplos
num céu comum
meu e teu
num abraço estrelado
constelação no equinócio do destino
na morada esculpida nas páginas de um livro.