quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Solidões mouras

Na ocidental lua nova
ganem saudades e enfins
em quotidianos de alma ardida
e ventos antagónicos
... com a prosa de um poeta
nas escamas do sangue verve
onde os sonos nascem dias
enquanto os anos dançam utopias
nos beiços da vida só!

Com os olhares gratinados
e a língua à míngua da voz
entre fumos e vazios, cinzas
apenas preso às evidências
por um rasgo de luz rosada...
Suados, o ventos trazem avisos
memórias de outras quimeras
que um gesto vulgar desperta e brilha
na essência do pensador.

Ora mansos, ora frios
os desafios salpicam a fé
num fervor mouro à carga
pelo corpo até à alma crua e nua
donde nascem o dia e a lua
apaixonadamente vivos.
- Na orla do espírito
a realidade planta dor e riso
no capim dos acasos virtuais
que vestem os momentos
e trilham o fim dos sentidos...

No calor do silêncio
os olhos lembram amigos idos
e amores vendidos
ao desejo do ser!

2 comentários:

  1. Olá José Antonio,
    Teu poema alcança uma profundidade, uma alma sentida, um louvor grandioso ao poema.
    Magistral e suave!
    Parabéns
    Fhatima

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  2. que belo poema , amigo !
    parabens ! um grande abraço !

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